Uma comissão formada por barraqueiros do Pontal de Maracaípe, praia de Porto de Galinhas, pronunciou-se durante a sessão extraordinária desta terça-feira (06). O representante da comissão, Flávio Marques, citou a Lei que trata da proibição de construção na área da faixa de areia. Ele explicou que, de acordo com a Lei, seria possível a construção de muro com coqueiros e sacos de areia em áreas com comprovada erosão.
Porem, os barraqueiros reclamam que o muro não poderia ser construído na faixa de areia de praia. A construção do muro de contenção é de iniciativa privada. Segundo Flávio Marques, “todos têm direito ao trabalho. Com a maré alta, nós vamos ser jogados contra o muro de coqueiros e não vamos conseguir trabalhar”.
Ainda de acordo com o representante dos barraqueiros, a Prefeitura pediu uma medição ao CPRH para verificar a real medição da área privava, ele desabafou: “enquanto o CPRH analisa, a obra do muro continua e nós queremos trabalhar. Somos 18 barraqueiros. Cada barraca, em média, emprega cinco pessoas. São 90 pessoas que dependem diretamente desse emprego”. O representante solicitou a intervenção do poder público para frear a obra do muro de contenção.
Além do direito ao trabalho, a questão ambiental também foi lembrada por Marques: “Também pedimos ajuda ao pessoal que defende o Meio Ambiente que nos ajude porque as tartarugas marinhas não vão conseguir passar o muro para desovar”.
O presidente da Câmara e vereador, Deoclécio Lira, afirmou que “os trabalhadores do Pontal de Maracaípe foram proibidos de trabalhar. Hoje, é dia do Meio Ambiente, mas as retroescavadeiras estão arrancando a restinga no Pontal de Maracaípe. Esse debate precisa ser feito aqui nesta Casa”.
Texto: Patrícia dos Santos
Foto: Edvan Luiz
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